E você? Já viu?

terça-feira, dezembro 30, 2008

Gran Torino


Diretor: Clint Eastwood
Autor: Dave Johannson & Nick Schenk
Com: Clint Eastwood, Christopher Carley, Bee Vang, Ahney Her, John Carroll Lynch

Bom, é difícil fazer a crítica de um filme com Clint Eastwood, o cara já é uma lenda tão grande nos cinemas que qualquer filme com ele automaticamente já tem o status de ser BOM. Apesar de já ter dois oscars de melhor diretor por "Os Imperdoáveis" e "Menina de Ouro", e duas nomeações por ter estrelado nos mesmos, Clint ainda não tem oscar de Melhor Ator no currículo, e há quem diga que Gran Torino é seu último filme como ator, espero que não.



Walter K0walski(Eastwood) é um veterano da guerra da coréia que acaba de perder a esposa e mora só em uma casa num subúrbio americano da década de 80. Walter é um pai que não se dá bem com os filhos, é extremamente grosso, mal-humorado e antipático e um dos agravantes são os vizinhos asiáticos que cada vez mais mudam-se para sua vizinhança pois ele é racista, muito racista. Quando uma gangue começa a implicar com dois irmãos Hmong que moram na casa ao lado, ele compra a briga meio que "sem querer", e quando se dá por conta, já está fazendo amizade com a família e acaba virando uma espécia de "tutor" do adolescente Thao(Vang).



Clint e o "Gran Torino" ao fundo.

Falar muito mais da história seria estragar a experiência de assistir esse filme, que diga-se de passagem, é bem diferente das que tive recentemente. Talvez seja pelo fato da atuação de Eastwood interpretando o mais-que-rabugento Mr. Kowalski. Não me lembro nesses últimos 5 anos ter visto uma pessoa tão rabugenta, tão chata e tão ignorante feito este cidadão, fora que de vez em quanto ele olha pra câmera e faz uma careta acompanhada de um grunhido gutural que faria Chuck Norris mijar nas calças.

Assistam e comentem, termino com o que eu postei no twitter depois que eu vi o filme: "O véinho é fo**"



terça-feira, agosto 14, 2007

Sunshine

Diretor: Danny Boyle
Autor: Alex Garland
Com: Rose Byrne,Cliff Curtis
Chris Evans,Troy Garity,Cillian Murphy
Hiroyuki Sanada,Benedict Wong,Michelle Yeoh


O Sol. Uma fonte de vida e ao mesmo tempo tão letal. Um reator nuclear do tamanho de milhões de planetas terra, com uma temperatura na superfície de 5500 graus celsius(a substância mais resistente ao derretimento conhecida pelo homem é o diamente, a 3500 graus), e queima 600 milhões de toneladas de hidrogênio a cada segundo, porém...

Cinquenta anos a partir de agora, nosso sol está morrendo. O planeta está congelando. Numa última tentativa de salvar nosso mundo, a humanidade junta seus recursos para organizar uma missão rumo ao sol: Jogar uma bomba no seu núcleo, criando assim um "mini Big Bang".Na verdade, essa é a segunda vez que tentarão a missão, sete anos atrás,a primeira nave, Icarus I falhou a tentativa de reanimar o sol e nunca mais se ouviu falar dela, agora a Icarus II e seus oito inusitados passageiros mais uma vez tentam completar a missão.


A tripulação da Icarus II inclui o capitão Kaneda(Hiroyuki Sanada),a pilota(Rose Byrne),o engenheiro (Chris Evans),o expert em comunicações(Troy Garity),o co-piloto(Benedict Wong),a
botânica(Michelle Yeoh)(isso mesmo, se não tiver um jardim na espaçonave nossos heróis não conseguem respirar) ,e o físico responsável pela bomba (Cillian Murphy).



Tripulação da Icarus II


A partir daqui fica extremamente complicado escrever essa resenha sem estragar as supresas que o filme oferece então darei a opção de ler ou não o resto da sinopse: Basta marcar o final do texto com o mouse(clique e arraste).

Trata-se de uma película feita para quem gosta de ficção científica, para quem tem a mente aberta e que consegue tecer a sua própria interpretação, ter sua experiência única assistindo ao filme. Visualmente brilhante, música excepcional e tensão sempre crescente, recomendo Sunshine(que aqui provavelmente será chamado: "Alerta Solar") sem nenhuma "sombra" de dúvida.

Atenção! Leia sobre próprio risco!! Último Aviso!!!


Em determinado momento, chegando perto de mercúrio, a tripulação encontra um sinal e descobrem que está vindo da primeira nave, a Icarus I que estava dada como perdida. Depois de muita discussão, eles decidem ir de encontro à nave abandonada pois acreditam que a bomba da Icarus I está intacta, o que daria à eles mais uma chance caso falhassem.

O filme começa a ficar tenso quando um tripulante comete um erro colocando a vida de todos em perigo, a tripulação começa a entrar em conflito, as personalidades se sobressaem e o filme toma um rumo alucinante, chegando à um clímax final impressionante, o resto, só assistindo...

terça-feira, janeiro 16, 2007

Good Night, and Good Luck

Diretor: George Clooney
Com: David Strathairn, George Clooney, Robert Downey Jr., Jeff Daniels



Boa Noite, e Boa Sorte é um filme baseado em fatos reais. Tem apenas 90 minutos e foi totalmente filmado em preto e branco. O filme é sobre o jornalista Edward R. Murrow(Strathairn) e sua briga histórica com o Senador John McCarthy de Wisconsin na década de 50.

Enquanto o Sen. John McCarthy só aparece em gravações da época, Strathairn faz uma atuação impecável no papel do jornalista que contestava sem medo os métodos de McCarthy contra o comunismo. Clooney faz o produtor da CBS Fred Friendly, e luta por uma coisa que se já era importante naquela época, é ainda mais nos dias de hoje: O dever do jornalismo de mostrar a verdade à população.





Edward C. Murrow, foto original à esquerda, e à direita

interpretado pelo ator David Strathairn


O filme é modesto na parte de cenários, é quase completamente filmado dentro dos estúdios da CBS, a única parte em que dá pra ver o céu é em um comercial de um patrocinador da emissora.

Quando Murrow decide enfrentar McCarthy, que conduzia uma investigação implacável contra uma suposta invasão comunista no governo e causava uma paranóia pós-guerra nos EUA, o medo invade o estúdio de notícias.Murrow sabia, assim como seu chefe William Paley(Frank Langella), que McCarthy iria retaliar questionando seu patriotismo e sujando seu nome. Assim ele colocava toda rede CBS em risco. O senador usava o medo pra minimizar a liberdade americana na época, alguém associa isso com o 11 de setembro?


Clooney como o produtor da CBS Fred Friendly

Esse filme tem um significado especial pra Clooney, o pai dele era um apresentador de noticiário de TV, e Murrow era um ícone para sua família. É impossível não comparar a história do filme com fatos atuais, Bush e a guerra do Iraque combinariam perfeitamente com o que o filme passa.

Alguns Edward Murrow aqui no Brasil não fariam mal algum.



Babel

Diretor: Alejandro González Iñárritú
Com: Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael Garcia Benal


A Bíblia diz que Deus ficou zangado quando os homens tentaram alcançar o paraíso construindo uma torre(Que depois ficou conhecida como Babel), então ele acabou com os planos do homem criando várias linguagens que tornaram impossível a comunicação e entendimento entre eles. Daí podemos entender que Babel significa barulho e falta de comunicação.

Algumas coisas nunca mudam. O diretor Iñárritu aplicou esse conceito de Babel para os modos em que nós vivemos hoje em dia, num mundo que vive sob a pressão do terrorismo e dividido por diferentes linguagens, raças, religião e dinheiro. Embora um pouco pesado, o filme é extraordinário. É um filme complexo, que com certeza vai partir seu coração, e com apenas uma simples mensagem: Passar por cima das diferenças da civilização moderna e começar a ouvirmos os nosso semelhantes.


Pitt e Blanchett em atuação espetacular


O filme nos joga em vidas de famílias diferentes, nos mais diversos lugares: Marrocos, Tóquio, San Diego,fronteira do México. A mistura de dialetos perturba nossos ouvidos. Até a linguagem dos sinais é usada. Vários flashbacks ocorrem causando mais e mais desorientação. Mas preste atenção, porque todas essas linhas pararelas se encontram.

Tudo começa no deserto de Marrocos quando um homem compra um rifle de um vizinho pra manter os chacais distantes da sua criação de cabras. O rifle foi presente de um caçador japonês para o vizinho como uma forma de agradecimento pelos seus trabalhos como guia de caça. O rifle então é deixado com os dois filhos do criador de cabras que acabam atirando num ônibus cheio de turistas ocidentais, apenas pra matar a curiosidade dos garotos pra saber o quão longe a bala iria.

Entretanto, a bala atinge uma americana chamada Susan(Blanchett) que está viajando com o marido Richard(Pitt), numa tentaviva de "salvação" do casamento, muito abalado pela perda de uma criança. Quatro horas de distância do hospital mais próximo, o ônibus faz um desvio em direção à uma vila remota, aonde um homem local oferece abrigo enquanto os outros turistas começam a discutir se devem ou não permanecer na vila.

Desesperado, Richard liga pra embaixada americana implorando por ajuda, e também para sua casa em San Diego, aonde a babá deles Amélia(Adriana Bazarra), toma conta de seus dois filhos. Com a esposa baleada e sangrando até a morte no deserto, ele pede pra ela continuar tomando conta das crianças, enquanto ele consegue ajuda.

Ao mesmo tempo, o filho de Amelia está se casando depois da fronteira, e ela tenta arrumar uma babá substituta para as crianças de todo jeito, mas não consegue. Então decide levar as crianças junto com ela para o casamento do filho, num carro dirigido pelo seu sobrinho cabeça quente Santiago(Benal).

Enquanto Richard luta para manter sua esposa viva, o tiro no ônibus acaba se tornando um incidente internacional, com as autoridades pensando se tratar de um atentado terrorista, e iniciando uma caçada para achar os culpados.

Enquanto isso em Tóquio, uma jovem surdo-muda chamada Chieko(Rinko Kikuchi) sofre pela morte da mãe que se suicidou, tem uma relação instável com o pai (Koji Yakusho), e tenta lidar com as frustrações da adolescência.

Kikuchi no papel da adolescente surdo-muda


Vale prestar atenção em uma cena em Tóquio em que Chieko está numa boate dançando com as amigas, e o aúdio é cortado pra refletir exatamente o que ela está sentindo, é impressionante.

Iñárritu consegue juntar todas essas histórias de uma forma brilhante, explorando os personagens e suas relações de uma maneira profunda. O suspense aumenta à medida em que todos os envolvidos se encontram perdidos num lugar em que eles não conseguem entender as pessoas, nem sabem em quem confiar.

Babel é um filme pesado, inquietante e complexo. Vai lhe deixar pensativo durante algum tempo, enfim, vai despedaçar suas emoçoes. Iñárritu mais uma vez faz um filme brilhante, com a ajuda de um ótimo elenco.